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Notícias

  • Entrevista : GM para revista Grande Loja

    16 de janeiro de 2018

    Entrevista : Grão-Mestre realiza balanço das comemorações aos 90 anos da Glesp e fala sobre as expectativas para 2018, evasão maçônica e o sentimento de ser maçom. Para a Grande Loja Maçônica do Estado de São Paulo, o ano de 2017 foi marcado principalmente pelas comemorações ao 90º aniversário de fundação da instituição, mas as ações da administração não se restringiram apenas aos festejos. Nesta entrevista, o Sereníssimo Grão-Mestre Ronaldo Fernandes faz uma análise dos eventos comemorativos, fala dos avanços conquistados neste ano e expõe alguns projetos que farão parte da agenda de 2018. Além disso, o mandatário da Glesp falou sobre o sentimento de ser maçom e das ações para evitar a evasão maçônica. Grande Loja em Destaque: Em sua opinião, as comemorações aos 90 anos da Glesp alcançaram seu objetivo? Grão-Mestre Ronaldo Fernandes: Se fôssemos fazer um balanço de tudo que realizamos em 2017, com certeza dará um resultado muito positivo. Foi um ano marcado pelo aniversário de 90 anos da Glesp, no qual tivemos um trabalho intenso dos integrantes da Grande Secretaria de Cultura e da Grande Secretaria de Eventos, com  participação imprescindível do irmão Eugênio Carlos de Oliveira e sua empresa, a Eco  Comunicação e Marketing, e o engajamento dos irmãos da jurisdição foi maravilhoso, até surpreendente. A proposta da agenda comemorativa aos 90 anos foi muito boa e bem-aceita. O cantor Daniel deu um brilho especial ao Jantar de Gala, principal evento das comemorações, os Grão-Mestres das outras potências maçônicas compareceram, foi realmente uma festa, onde comemoramos com muita alegria os 90 anos da Glesp e, o mais importante, com a presença da família. Então, acredito que alcançamos o objetivo. GLD: E os demais eventos comemorativos, foram bem aceitos pela jurisdição? GM: Sim, os comentários têm sido bastante positivos. As comemorações não ficaram apenas no jantar, justamente para poder abranger os anseios de todos os irmãos e familiares. Diversas atividades foram organizadas pelas Grandes Secretarias de Cultura e de Eventos, dentre os quais, destaco a Feira Literária, a Mostra de Artes Plásticas e o Concurso de Fotografia. Obviamente, por serem as primeiras edições desses eventos, temos alguns detalhes a serem melhorados, mas a aceitação foi muito boa. Um dos nossos problemas é não divulgar mais amplamente aquilo que fazemos, mas estamos corrigindo isso com auxílio das revistas, com o irmão Luciano Montelatto, da agencia de branding Boxx, que está cuidando das redes sociais e reestruturou o site da Glesp. Isso também foi muito positivo. E também não podemos deixar de ressaltar as apresentações da Orquestra Sinfônica Carlos Gomes, que encantou a todos por onde passou e contou com a participação da dupla As Galvão em alguns concertos. Elas estão comemorando 70 anos de carreira, uma vida dedicada à música sertaneja de raiz, fazem parte dessa história musical do País. E foi muito emocionante essa união. O interessante disso tudo é que o sucesso foi tão grande que já temos diversas regiões solicitando a continuidade desse projeto da Secretaria de Cultura da Glesp para levar a orquestra para outras cidades. A parte cultural da Glesp foi muito intensa. Estamos cada vez próximos da orquestra e assumindo mais compromissos na agenda. Isso tem feito bem para a instituição, os músicos estão contentes, o maestro também está satisfeito, e tentaremos ajudá-los da melhor maneira possível. GLD: A participação dos irmãos tem aumentado, tanto nesses eventos festivos quanto nas Assembleias-Gerais. Isso se deve a quê? GM: Quando nos referimos às Assembleias-Gerais, é interessante observar que existe um novo rumo na Glesp, um novo sentimento de Maçonaria. Todos os eventos promovidos contaram com participação maciça dos irmãos, como, por exemplo, as Assembleias, o Venerável Colégio, a reunião da Constituinte. Estamos tendo até problema de espaço, e por isso estamos empenhados em resolver essa questão, ou fazendo um novo auditório, no prédio da Rua São Joaquim, 129, ou conseguindo uma empresa que queira associar seu nome à Maçonaria e participar como investidor para construir um teatro lá. Outra felicidade que tenho é ver as reuniões que estão sendo organizadas em toda a jurisdição, sejam conjuntas ou somente de uma loja, pois em todas em que participei eu vi as cunhadas presentes, a família reunida prestigiando o evento. Ou seja, aquela semente que foi plantada tempos atrás está frutificando, e quando se envolve a família, essa árvore cria raízes fortes, portanto, isso não tem retorno, não se trata de uma questão política ou de gestão, é um sentimento inquebrantável. GLD: O senhor defende muito a modernização e a eficiência nos processos da instituição. O que foi realizado nesse sentido em 2017? GM: Quando assumi a gestão, começamos a fazer uma troca nos equipamentos da área de informática, porque já estavam obsoletos e não funcionavam de acordo com as necessidades da Glesp. Agora retomamos essa substituição. Na área de TI, além de investimento na aquisição de novos softwares e equipamentos, promovemos a redução de custos dos serviço e a informatização das atividades da Secretaria Geral e Grande Tesouraria. Criamos o Serviço de Apoio às Lojas, o SAL, pelo qual as oficinas podem consultar e emitir os boletos bancários, conferindo tudo o que está sendo cobrado de maneira on-line. Foram disponibilizados novos formulários para preenchimento direto no sistema, inclusive de eleições das lojas, e também entrará em operação em 2018 uma loja virtual, onde os obreiros poderão comprar paramentos, rituais e outros itens da Glesp. Estamos dando ferramentas e as lojas estão aprendendo a utilizar. O SAL foi criado para facilitar a vida da Glesp e das lojas, mas é importante que seja utilizado para agilizar nossos processos. E o site novo, como já mencionamos, que está muito moderno, simples, objetivo, com muito mais informações para os irmãos. GLD: A Pousada do Maçom também foi inaugurada. O que falta para iniciar o atendimento aos irmãos? GM: Entregamos toda a estrutura da Pousada do Maçom, cujo descerramento da placa de inauguração fazia parte dos festejos de 90 anos da Glesp. A obra está toda acabada e estruturada com os devidos equipamentos e, agora, concluímos a regulamentação do seu funcionamento. Com isso, já será possível realizar as inscrições para quem quiser se hospedar lá. Fizemos um trabalho muito minucioso para o levantamento do custo da hospedagem. A nossa preocupação com a Pousada do Maçom sempre foi ter preços inferiores aos cobrados por instituições de padrão mediano que existem por aí, mas que não têm a mesma infraestrutura que a nossa. E definimos que quem pode pagar mais pagará mais, quem tiver menos condições financeiras pagará menos, e quem puder pagar menos ainda pagará menos ainda, para poder atender todos os irmãos. Serão colocados no site da Glesp toda a regulamentação, as faixas de preço e como se inscrever. Eu parto do aspecto de que o objetivo principal desse tipo de atividade é não ter receita, não dar lucro, mas precisa ser autossustentável. GLD: E para o ano de 2018, quais as ações já programadas na sua gestão? GM: Iremos continuar fazendo uma restruturação interna com o objetivo de melhorar cada vez mais a eficiência dos serviços oferecidos. Esse é um trabalho constante de treinamento e melhora de processos internos. Continuamos na busca de parceiros que possam investir na construção de um teatro e, se não conseguirmos, faremos um bom auditório, como disse anteriormente. Existem vários diálogos em andamento, mas esse momento de dificuldade política pelo qual passa o País acaba desanimando os investidores, que ficam com receio. E falando nas dificuldades pelas quais passa o Brasil, devido à falta de credibilidade de alguns políticos, outro grande projeto que colocaremos em andamento é a campanha do Voto Consciente, despertando nos cidadãos a necessidade de se votar e, além disso, de se votar bem. Muitas pessoas se sentem frustradas com tudo o que acontece no País, mas não se lembram em quem votaram nem cobram seus representantes. Muitos votam sem consciência e sem responsabilidade. A mudança desse País vai começar pela renovação de grande parte dos políticos que estão aí, e isso não pode ser terceirizado, precisa ser compartilhado por todos, e o primeiro passo é o voto consciente. GLD: Uma preocupação da Maçonaria mundial é a evasão de obreiros. A Glesp retende implantar algum projeto para minimizar esse problema? GM: Já estamos estruturando um simpósio sobre a evasão maçônica. Queremos fazer um raio x da Maçonaria brasileira, principalmente da Glesp, para sabermos como nos situar nos próximos 90 anos. Essa não é uma ideia minha. A Grande Loja Unida da Inglaterra, com seus 300 anos de existência, está realizando esse debate. Mas para que haja um crescimento sólido da Ordem, precisamos entender o porquê da evasão maçônica, da alta rotatividade que existe em todas as Potências. E, além disso, precisamos saber o que as cunhadas, nossos sobrinhos, a sociedade e os irmão pensam da Maçonaria, principalmente os AAp. e CC. Iremos fazer uma pesquisa coordenada pelos delegados de todas as regiões da Glesp. Depois, com os resultados depurados e tabulados, realizaremos um grande simpósio para formular um plano de ação, com propostas para o nosso futuro. Isso nos fará entender por que há tanta rotatividade na Ordem, por que os obreiros não se sentem motivados, por que a Maçonaria não atrai mais as pessoas. Com esse simpósio, queremos encontrar um norte, para saber onde estamos errando e o que falta melhorar. Esse já não é um trabalho voltado apenas para a minha gestão. Minha preocupação é com o futuro da Instituição, e as pessoas que vierem a assumir o comando da Ordem precisarão dar prosseguimento às diretrizes levantadas por esse simpósio, pois não é um plano do Grão-Mestre Ronaldo Fernandes, mas sim, um plano da Glesp, de todas as lojas maçônicas, visando ao crescimento e fortalecimento da Maçonaria. E os futuros Grão-Mestres terão de estar compromissados com isso. GLD: Em sua opinião, qual seria o grande legado a ser deixado para a instituição? GM: A Glesp cresceu muito em todos os aspectos, no sentido de gestão, no sentido de fraternidade, no sentido de entendimento de uma Maçonaria mais coesa. O grande legado que está sendo construído é o de uma Maçonaria diferente, e falo isso de coração. Eu quero deixar o sentimento nas pessoas de que ser maçom é muito importante, é muito especial. Isso aqui não é um clube. Somos uma casta de pessoas selecionadas para trabalhar no desenvolvimento próprio e da sociedade. Eu insisto muito para que as pessoas sintam o que é ser maçom. GLD: E o que é ser maçom? GM: Ser maçom é um estado de alma. Muitas vezes, os irmãos vivem o dia a dia da Maçonaria mais como se fosse uma rotina, uma ritualística de apenas ir para a sua loja e participar de uma sessão, cumprir uma agenda. E ser maçom é muito mais do que isso. Os irmãos têm de se emocionar pela Glesp, se emocionar com aquilo que fazem, se emocionar quando é aberto o L. da L. em sua loja, quando se inicia um Ap., tendo a responsabilidade por ter iniciado alguém, ou seja, viver a Maçonaria em plenitude e essência. Enquanto os irmãos não se sentirem assim, haverá evasão maçônica, continuarão indo para as lojas apenas pelo copo d’água. E isso não é um discurso demagogo, pois não se pode ser maçom apenas duas horas por semana. Temos de ser maçom 24 horas por dia, 365 dias por ano e a vida toda enquanto quisermos pertencer à Ordem. A prática e a evolução são constantes. Eu peço muito para que o G.'.A.'.D.'. U.'. nos abençoe para que possamos fortalecer a Instituição, para que nossa família esteja bem, para que haja saúde e paz dentro de nossos lares, para que não falte o pão na mesa e o trabalho justo para o ganho necessário e para que as pessoas não sofram, não passem por dificuldades.